sábado, 28 de abril de 2012

COMO DEIXAR DE SE COMPARAR AOS OUTROS





Uma mensagem do Dr. Judith Orloff
26 de Abril de 2012
 
 
 
Como um psiquiatra, eu compreendo que a comparação é uma tendência natural que temos. Ela pode ser absolutamente neutra, como quando você avalia simplesmente as semelhanças e diferenças. Esta comparação é essencial para o raciocínio astuto. É também produtiva se você for inspirado a imitar os traços impressivos do outro. Entretanto, torna-se disfuncional quando ocorre a inveja e o ciúme, se você se julga como melhor ou inferior aos outros. Pense nisto: sem as comparações, a inveja e o ciúme não poderiam existir. Curiosamente, é mais comum se sentir inferior àqueles com “mais”, do que se sentir grato àqueles com “menos”.

Estamos em uma sociedade de viciados em comparações. Isto começa desde o primeiro dia. Os bebês são comparados ao outro. Quem é mais inteligente, mais bonito, mais precoce? Então vem a escola primária. Lembro-me de um jogo horrível em que alguns dos meus colegas participavam. Eles escolhiam um alvo, geralmente o estudante tímido e inseguro. Então, em um tom de provocação, eles cantavam em uníssono: “Há um fungo entre nós. Seu nome é: fungo (nome da pessoa), até que a pobre criança, totalmente humilhada, escapulia. Assim, na escola, havia basicamente os fungos e os não fungos. Não tão diferente do colapso de nossas comparações na vida mais tarde, interpessoal e politicamente. Xiitas e Sunitas. Supremacistas brancos versus Judeus e Negros. Protestantes e Católicos, em Belfast. Comparar-se ao outro pode impedir um vínculo de solidariedade comum e é um desserviço em encontrar o verdadeiro valor. Ninguém está acima de ninguém. A auto-estima deve vir de ser simplesmente você.

Em meu livro: “Liberdade Emocional”, eu enfatizo que nos compararmos aos outros pode vir da baixa auto-estima e da falta de crença na integridade de nosso próprio caminho de vida. Em um sentido espiritual, comparar o seu caminho com o do outro é comparar maçãs e laranjas. Por quê? Sua vida é explicitamente concebida para o seu próprio crescimento. Cada pessoa que você encontra, em cada situação que encontra desafios, você se torna uma pessoa mais forte, mais amorosa e confiante. Tente apreciar a graça dos obstáculos e das alegrias que lhe foram dadas.

Este é o legado da vida para você. A auto-estima vem de aceitar isto, trabalhando com o que cada dia traz. Como passar o seu tempo aqui é responsabilidade sua. Por que desperdiçá-la por meio de comparações? Realisticamente, provavelmente você ainda o fará. Ainda assim, esforcemo-nos para manter os nossos olhos em nós mesmos para construirmos a auto-estima, para que assim possamos ser emocionalmente mais livres.

O seguinte exercício o ajudará a transformar o ciúme e a inveja. Quanto mais praticá-lo, mais fácil se tornará.

PARE COM AS COMPARAÇÕES. CONSTRUA A AUTO-ESTIMA

- Escolha uma pessoa em relação a qual sente ciúme ou inveja. Talvez um colega de trabalho a quem o seu supervisor favorece. Ou um parente arrogante ou felizardo. Faça desta pessoa o seu teste antes que continue a transformar estas emoções com os outros.

- Comporte-se de maneira diferente. Pratique lidar com o ciúme e a inveja, usando conscientemente a humildade e evitando comparações, ainda que a pessoa o irrite. Por exemplo, em vez de se mostrar indignado ou retrair-se em seu lugar quando o seu supervisor elogiar este colega, o que segundo as suas idéias é um gesto de colegial, tente não estimular o sentimento de se sentir inferior. Ao contrário, como um igual capacitado, contribua com as suas próprias boas idéias, não permitindo que o seu relacionamento ou a sua auto-estima vacilante o intimide.

Embora você tenha o direito de ficar chateado em relação ao favoritismo do seu supervisor, uma abordagem humilde, porém confiante, começará a melhorar as coisas. Neste caso e situação com o seu parente arrogante, pratique a afirmação: “Eu não irei comparar.” Mude o seu pensamento para se concentrar no que realmente você tem, aquilo que o torna feliz. Deixe que isto seja o tom de sua interação.

- Dê aos outros o que você mais deseja para si mesmo. Se quiser que o seu trabalho seja valorizado, valorize o trabalho dos outros. Se quiser amor, dê amor. Se quiser uma carreira bem sucedida, ajude a carreira do outro a florescer. O que vai, volta, assim você pode mobilizar uma dinâmica energética.

- Aprenda a partir dos pontos positivos de um rival. Tire de sua mente o que percebe como falta e se concentre no auto-aperfeiçoamento. Yoko Ono dizia: “Transforme a inveja em admiração, e o que você admira se tornará parte de sua vida”, um credo de inspiração para a nossa vida.

- Deseje o bem ao rival. Ainda que seja difícil fazer isto, tente. Isto o ajudará a transformar a negatividade em algo mais positivo.

Contar com estes métodos o ajuda a tirar os seus olhos de outras pessoas e a voltar-se para si mesmo. O objetivo é valorizar o que você tem, em vez de se concentrar no que lhe está faltando. Uma grande parte da liberdade emocional é desenvolver a autocompaixão e não se perturbar. Elogie-se. Conquiste a auto-estima a partir dos seus esforços para lidar positivamente com o ciúme ou a inveja. Isto promove uma postura amorosa e não defensiva nos relacionamentos.
  



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