segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Mantras


Os Mantras são fórmulas místicas poderosas que se recita para a proteção e elevação espiritual. Na Era atual, são considerados o veículo que conduz à Libertação.



Mantra é uma oração, hino ou fórmula sagrada que encarna a Divindade ou o aspecto de Deus que é evocado. É um louvor ou uma reverência a Deus; uma forma de estar em contato com Ele. Etimologicamente, provém da união de duas palavras do idioma sânscrito: Manas que significa mente e tra, que provém de trayathe e significa proteção, salvação. Portanto, Mantra significa  aquilo que salva ou protege a quem contempla e reflete em seu significado.
Os mantras podem consistir em uma frase, uma palavra ou uma sílaba, como o OM. Em todos os casos, os mantras não são criações de mentes humanas, mas a palavra de Deus revelada. 
A repetição de mantras é uma via hábil e frutífera para incrementar a espiritualidade, que aproxima o homem do estado de Libertação. A primeira função que exercem é purificar-nos do véu da negatividade e ignorância, e desenvolver qualidades positivas.
Alguns mantras estão particularmente associados a aspectos de nossa existência, como impedir que a mente caia em estados negativos, ou eliminar o medo e a ansiedade. Também há mantras específicos para curar doenças. Em geral, todos os mantras têm o mesmo objetivo: eliminar o sofrimento e a confusão, e conduzir o praticante em direção ao desejado Despertar.

O PODER DA PALAVRA

Sathya Sai Baba diz: “Os que somente confiam na razão ou nas limitadas leis da ciência, alegam que a repetição de mantras -que são acima de tudo, sons-, não pode purificar ou corrigir a mente. Mas o Nome não é só “som”. Por exemplo, podemos estar sentados tranqüilamente, mas se alguém diz ‘cuidado, uma serpente!’ nosso coração da um pulo, e inclusive podemos saltar de medo. Ou tão somente ao escutar o nome de um prato que gostamos, nos dá água na boca. Ao contrário, podemos estar sentados em frente a um delicioso banquete, mas se alguém fala sobre algo sujo ou desagradável, nos fecha o  estômago. Tudo isto demonstra o que pode criar um mero som.
Portanto, se as palavras que se referem a situações mundanas têm um efeito tão transformador na mente do homem, as que transmitem significados profundos e espirituais podem sem dúvida ajudar a corrigi-la e purificá-la. Quando enchemos o ambiente de palavras duras e agressivas, a atmosfera se torna tensa e junto com ela todos os que estão presentes. Em contrapartida, quando saturamos o ar com sons cheios de reverência, humildade, amor, coragem, auto-confiança e tolerância, nós mesmos nos beneficiamos e nos preenchemos com estas qualidades”.

O RETORNO À ORIGEM

"No  princípio era o Verbo, e o Verbo era com Deus, e o Verbo era Deus".
(João. 1:1-3)


O cosmos inteiro se originou do Único Deus através da palavra. O som é o elemento mais puro e sutil da criação, que depois evoluiu até a densa matéria. A base de toda a manifestação é o som, e através dele entramos em sintonia com as vibrações mais puras, mais próximas de Deus, em afinidade com a vibração primeira. Então, o mantra é um veículo que permite que a consciência individual, ligada ao plano material, se eleve por afinidade de planos.
Quando o mantra é pronunciado com a atitude correta gera imediatamente a harmonização dos corpos sutis da pessoa com uma vibração superior. Ao elevar-se a consciência, o praticante adquire as qualidades espirituais dos planos mais sutis da criação: lucidez, claridade, discernimento, amor, poderes, etc.

O SUBLIME PROPÓSITO DOS MANTRAS


Por ser uma vibração divina, o mantra produz imediatamente um efeito de harmonização e proteção em quem o pronuncia. Sua repetição também purifica o ambiente em todos os planos; físico, mental e espiritual. Depois de um determinado tempo, a aura de todas as pessoas presentes e do ambiente muda notavelmente. Se uma pessoa sente que está atacada por energias negativas ou baixas, tanto mentais quanto físicas, a repetição de mantras o purificará e elevará. Alguns deles são tão poderosos que eram utilizados pelos antigos ascetas como forma de alimento ou cura.  
Sobretudo, a repetição do Nome é conducente à meta final, a Libertação: “A Era atual é descrita nas escrituras como muito propícia para atingir a Libertação. Enquanto que nas eras passadas se prescreviam severas penitências para tal fim, a atual Idade de Kali (Kali Yuga) requer somente a repetição do nome para libertar-se. Quando o nome de Deus é recordado com toda Sua glória, uma grande corrente de felicidade brota na mente do aspirante. Deus está cheio de bem-aventurança, e de fato Ele é a própria bem-aventurança. E toda ela pode ser experimentada através do Nome”, afirma Sathya Sai Baba.

OS MANTRAS MAIS PODEROSOS


Segundo a metafísica hindu, tudo está feito de som e cada coisa contém uma representação simbólica das pautas de energia que a compõem. Geralmente, um Bija-Mantra ou Akshara (som raiz) consiste em uma só sílaba, como o Mantra “Hreem”, que se pronuncia “jrim”. É um tipo de mantra muito poderoso, é a semente de poder. Quanto menos letras um mantra tiver, mais eficaz será.
Diz-se que cada pessoa tem seu próprio Bija Akshara (Bija significa semente, akshara significa som). Quando o Mestre ou Guru revela ao discípulo seu Mantra específico, lhe está dando uma forma de evocar a Deus que contém o bija-akshara do aspirante.
A função dos bija mantras é colocar ao que o pronuncia em ressonância com o objeto cujo som raiz evoca. Desta forma, mediante o conhecimento dos bija mantras se obtém um domínio sobre a essência das coisas, permitindo criar, destruir ou alterá-las de diversas maneiras. Por exemplo, cada chakra (centros energéticos do corpo humano) tem seu som raiz associado, que contém toda sua essência e, por conseguinte, todos os segredos do chakra. Tendo consciência que cada chakra guarda correspondência com seu elemento, os sons raiz proporcionam acesso às qualidades de tal elemento: os Bijas dos cinco elementos (éter, ar, fogo, água e terra) são Ham, Yam, Ram, Vam e Lam respectivamente.
Além dos bija mantras, os mantras mais poderosos são os mais antigos. Um mantra que é repetido desde os tempos dos Vedas (mais de dez mil anos atrás) tem mais poder que um mantra de 1000 ou 2000 anos de existência. Isto é assim porque desde tempos imemoriais se criou um laço entre certas palavras e as energias correspondentes, um laço que foi reforçado por inumeráveis repetições.

OM: O som primordial

O mais poderoso dos Bija-Aksharas é o OM ou Pranava. É o som da criação, da vibração primeira, o símbolo do próprio Deus. Não há mantra superior ao OM, que contém em si o restante dos mantras.  De fato, a maioria dos mantras começa com o Pranava, a vibração vital que preenche o universo.

OS MAHA-MANTRAS

Sathya Sai Baba revelou à humanidade um mantra muito curto OM SAI RAM. Este mantra contém as sílabas de poder de outros maha mantras (maha, em sânscrito significa “grande”). São chamados de maha mantras porque têm maior condensação de poder.
Dois dos maha mantras mais populares são:
• OM NAMAH SHIVAYA: Meu amado Shiva (Deus), me inclino diante de ti.
• OM NAMO NARAYANAYA: Não mais eu, somente Tu meu amado Narayana (Deus)
Também há dois nomes muito poderosos que remetem a encarnações divinas de milhares de anos atrás: “Se cantarmos o nome de Rama de todo coração, será suficiente. O nome de Krishna também é muito poderoso e supremo. Muitas pessoas descrevem e louvam a Krishna de infinitas maneiras”, afirma Sathya Sai Baba. Juntos formam um conhecido Maha mantra que vai acompanhado por uma certa entoação:


No OM SAI RAM estão contidas as sílabas destes Maha mantras, portanto este mantra contém seu poder.


O MANTRA-MÃE OU GAYATRI MANTRA

OM BHUR- BHUVA- SUVAHA
TAT SAVITUR VARENYAM
BARGHO DEVASYA DHIMAHI
DHIYO YO NAH PRACHODAYAT



O Gayatri literalmente significa: “Tu, Senhor de todos os mundos (físico, mental e celestial), que tudo o permeias. Tens o brilho do sol e eu te adoro.  Contemplo teu resplendor. Elimina a escuridão, preenche-me de luz, ilumina meu intelecto”.
Depois do OM, o Gayatri é o mantra mais poderoso e provém diretamente dos Vedas, as escrituras mais antigas do mundo. É uma fórmula cheia de vitalidade e vibração, com infinito potencial. Na antiga Índia era transmitido somente aos filhos da casta dos brahmines (sacerdotes) quando eram iniciados. 
Sathya Sai Baba fez isso em público para toda a humanidade e o ofereceu como instrumento de liberação. É um mantra para ser repetido todos os dias nove vezes, três de manhã, três ao meio-dia e três de noite.
O Gayatri Mantra tem o poder de despertar, promover a sabedoria e de iluminar o intelecto. É uma invocação à energia do sol e da vida, já que tudo o que vive na Terra depende do sol. O Gayatri dissolve a preguiça física e mental (inércia), e afasta todas as vibrações obscuras e negativas que provocam depressão e tristeza. Assim todas as forças obscuras ou entidades baixas desaparecem no ato. Elas não podem coexistir com a repetição do Gayatri, simplesmente porque a luz vence a escuridão.

Significado por palavra:

OM: O som primário
BHUR: o mundo físico
BHUVAH: o mundo mental
SWAH: o mundo espiritual, celestial (a bem-aventurança)
TAT: Deus; “Ele”, princípio transcendental onipresente
SAVITUR: a Fonte de tudo
VARENYAM: adorável, valioso (te louvamos)
BHARGO: brilho, refulgência
DEVASYA: a divindade e seus atributos
DHIMAHI: meditamos n’ Ele
DHIYO: o intelecto
YO: Ele, o Um
NAH: nós, nosso
PRACHODAYAT: ilumine, guie, inspire

MÉTODOS DE REPETIÇÃO DO MANTRA

“O nome de Deus, se é recitado com Amor e Fé, tem o poder de conceder a Graça de Deus ao aspirante dedicado”.
Sathya Sai Baba


Os mantras podem ser repetidos en forma sonora, en forma apenas audível e en forma mental. A última é a forma mais poderosa porque exige maior concentração e pode ser acompanhada pela respiração. Além disso, pode ser praticada em qualquer momento e lugar.
Os mantras costumam ser muito eficazes independentemente da situação na qual são repetidos. Porém, tem alguns fatores a ser tomados em conta. Sathya Sai Baba faz uma analogia entre a repetição do mantra e o serviço de correios. Quando alguém quer enviar uma carta, precisa de um envelope, um destinatário, um remetente e um selo.  Sucede a mesma coisa com o mantra: para que chegue a destinação tem que ter em conta os seguintes fatores:

1. O ambiente (tranqüilo, sem interrupções)
2. O momento do dia (amanhecer, tarde, meio-dia)
3. A Quantidade de repetições (uma, três, nove ou múltiplos de três até 108)
4. A atitude interior (com devoção e respeito)
5. A postura física (olhos fechados, sentados com coluna ereta)
6. A pronúncia exata.


Com relação ao segundo ponto, os hindus aconselham fazer uso de um horário chamado Brahma Muhurta, entre as três e às seis da manhã. É o momento em que todos os santos meditam, oram, repetem mantras, e a energia espiritual é muito mais elevada. Outros momentos poderosos do dia são os períodos de transição, quando não é nem de noite nem de dia: ao amanhecer quando ainda não saiu o sol, porém  a escuridão  está indo embora, ou de tarde quando o sol  foi embora porém ainda há luz. Dizem que estes períodos de transição são os melhores para a repetição do mantra. Outro momento propício é o meio-dia.  Muitos asseguram que o horário ideal é quando a gente está mais tranqüila, sem preocupações mundanas ou tarefas pendentes que possam causar ansiedade. Também é importante repetir o mantra pelo menos três vezes ao dia: de manhã, ao meio-dia e de noite. Porém, o melhor mesmo é repeti-los sempre, apenas tenhamos a oportunidade.


O SIGNIFICADO DO NÚMERO 108

Os mantras podem ser ditos uma vez, três vezes ou em múltiplos de três. O três é considerado um número místico por muitas religiões, o exemplo mais conhecido no ocidente é a Sagrada Trindade cristã. As escrituras hindus também o consideram sagrado porque o universo está constituído por três fatores - Tempo, Espaço e Causalidade; por três atributos ou gunas -Equilíbrio, Movimento e Inércia (Sattwa, Rajas, Tamas); e por três funções -Criação, Preservação e Destruição.
Estes “três vezes três” dão nove, número divino por excelência. Nove é imutável porque todos os múltiplos de 9 somados juntos sempre dão 9, como no exemplo seguinte: 16*9=144; 1+4+4+=9. Então o nove simboliza a tela imutável onde aparece o filme em movimento, a base da realidade, Deus, o Eterno Absoluto sem nome e sem forma, a corda que parece uma serpente para o olho encoberto pela ignorância (a realidade por trás da ilusão).
O Japamala é um rosário hindu de 108 contas, o dobro do cristão, que tem 54.  Segundo Sathya Sai Baba, representa a unidade: “Quando as contas são de cristal se pode ver o fio que as atravessa, representando a realidade interna que tudo  une”.
Porquê 108 contas? Porque é o produto do número 12 multiplicado por 9. Doze é o número de Adityas ou luminárias (correspondentes aos doze signos do zodíaco) que revelam o mundo objetivo, e portanto  símbolos do aspecto Saakar (o mundo do Nome e a Forma, da multiplicidade, das imagens fugazes). Então, repetindo um mantra 108 vezes fechamos um círculo, ao cobrir, respeitar e recordar todos os aspectos da criação (12) e da Realidade última, subjacente (9). Nas palavras de Sathya Sai Baba: “Quando passam as contas do japamala, entendam o fato de que tem verdade e ilusão ao mesmo tempo no universo, que a ilusão atrai, distrai e se deleita em enganá-los, os desvia por caminhos sinuosos, enquanto que a verdade os libera”.

 Fonte: http://www.h2hlatino.org/articulos.php?id=97

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